Com mais de três séculos de dedicação à música, mais precisamente 323 anos de existência,o Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense assume-se como associação artística e recreativa que contribui para o desenvolvimento cultural do concelho e divulga a tradição musical junto da população.
A semente da banda remonta a 1700, segundo a inscrição visível numa das faces do estandarte – sendo por isso considerada uma das bandas de música mais antigas do país. A 7 de dezembro surgem os primeiros estatutos conhecidos, assumindo juridicamente este grupo como Associação Artística e Recreativa. E, vinte anos mais tarde são aprovados os segundos estatutos que estabelecem como objetivo fundamental da associação a arte musical e dramática.
No final do século XIX, início do século XX, o Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense contou com a dedicação e apoio material do Dr. José Maria Henriques da Silva.
É importante salientar que grande parte da história desta filarmónica se encontra relatada nas partituras e papéis de música, onde o executante ou o regente escrevia passagens ou datas importantes. Exemplo disto é a partitura da célebre marcha fúnebre "Lágrima" ou "Saudade", escrita por Jaime da Cunha, onde se pode ver escrito: "Escrita para o funeral da filha do autor e tocada no dia 29 de Abril de 1923". Outros exemplos são ainda "Recordação da Pampilhosa", escrita por José Nunes Afonso, que escreveu: "À memória de Armando Afonso, 8 de Outubro de 1958".
A sede do Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense era nas instalações da Junta de Freguesia de Pampilhosa da Serra, mas em 2005, surge a oportunidade de o Grupo Musical ter instalações próprias - a antiga Escola Primária da Vila de Pampilhosa da Serra.
Este grupo é testemunho das diferentes formas de estar do Homem em sociedade, não abandonando o importante papel de divulgação dos valores culturais e sociais. Isto porque tenta assegurar a participação da comunidade na promoção e na divulgação da música, o ideal que marcou a fundação do grupo, e, para assegurar a continuidade do grupo e a formação de novas gerações de músicos para a arte sublime da música. Tendo este papel preponderante, surge a oportunidade da criação da Escola de Música para a formação de jovens executantes.
A história de qualquer entidade, constrói-se através das suas gentes e o Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense não é exceção. Atualmente, conta com cerca de 37 executantes, tendo a maior parte iniciado a sua formação musical na Escola de Música.
Instituição centenária e orgulho de todos nós, ocupa uma posição cimeira na divulgação do concelho. O seu importante papel na democratização do acesso à cultura; na preservação do património e das tradições; na formação de jovens executantes, através da sua Escola de Música, e o seu espírito de resistência e inovação, fazem com que hoje seja reconhecido e apoiado.